quinta-feira, 2 de setembro de 2010

ABAJERÚ


Nome científico:
Chrysobalanus icaco L.

Família:
Chrysobalanaceae.

Sinônimos botânicos:
Chrysobalanus ellipticus Sol. ex Sabine, Chrysobalanus guianensis Klotzsch, Chrysobalanus icaco L., Chrysobalanus icaco var. ellipticus (Sol. ex Sabine) Hook. f., Chrysobalanus icaco var. genuinus Stehlé, M. Stehlé & Quentin, Chrysobalanus icaco var. pellocarpus (G. Mey.) Hook. f., Chrysobalanus interior Small, Chrysobalanus luteus Sabine, Chrysobalanus orbicularis Schumach., Chrysobalanus pellocarpus G. Mey., Chrysobalanus purpureus Mill., Chrysobalanus savannarum Britton, Prunus icaco Labat, Sorbus aucuparia L.

Outros nomes populares:
bajerú, guajerú, abajero, ajuru, ajuru-branco, ariu, cajuru, goajuru, guajiru, guajuru, oajuru.

Constituintes químicos:

Propriedades medicinais:
ver abaixo.

Indicações:
blenorragia, crônica, diabete tipo 2, diarréia, leucorréia, reumatismo.

Parte utilizada:

Contra-indicações / cuidados:
ver abaixo.

Efeitos colaterais:
ver abaixo.

Modo de usar:

Algumas espécies do gênero:
Chrysobalanus

Outras informações:
Cientistas brasileiros isolaram nas folhas de um arbusto conhecido popularmente como abajerú (Chrysobalanus icaco) uma substância anticancerígena, o ácido pomólico, capaz de destruir diversos tipos de tumores. O composto surpreendeu os pesquisadores ao apresentar atividade também contra células cancerosas resistentes a múltiplas drogas, uma característica considerada rara pelos cientistas. O grupo da UFRJ considerou a descoberta tão promissora que decidiu patentear a substância. O composto acaba de ser registrado no Tratado de Cooperação de Patentes, acordo internacional que cobre 122 países. A UFRJ ficará com 70% dos recursos gerados, enquanto os 30% restantes serão divididos entre as cientistas. Os próximos passos da pesquisa incluem testes de toxicidade em camundongos e a síntese artificial do ácido, já que o processo de purificação a partir do abajeru produz pouca quantidade. Como essas etapas são caras, a idéia é estabelecer um acordo com uma indústria farmacêutica, melhor equipada para esse tipo de tarefa.
A atividade anticancerígena foi constatada em laboratório, em testes realizados com linhagens de células de tumores de mama, cérebro, pulmão, intestino, laringe e medula. 'O que mais chamou nossa atenção foi observar que a substância matava também linhagem de células de leucemia resistentes a múltiplas drogas', afirmou a pesquisadora Cerli Rocha Gattass, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas, que está coordenando os testes. Uma característica particularmente valiosa do ácido, só encontrada em um número muito reduzido de compostos, é sua capacidade de afetar células com resistência a múltiplas drogas (MDR), principal causa da falha de quimioterápicos. A resistência a quimioterápicos normalmente usados no combate à doença é um problema sério porque praticamente inviabiliza o tratamento. Segundo os cientistas, substâncias capazes de matar a célula doente e, ao mesmo tempo, driblar a resistência são muito raras. No Brasil, não há nenhuma patenteada.

Usado popularmente no tratamento da diabetes, o abajeru, encontrado em regiões tropicais da África e América do Sul, foi alvo do estudo da pesquisadora Maria Auxiliadora Kaplan e sua aluna de doutorado, Raquel Oliveira Castilho, do Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais da UFRJ. A doutoranda isolou várias substâncias da planta, das quais três foram testadas para detectar atividade anticancerígena. O ácido pomólico foi o mais efetivo. "Ele atua induzindo a apoptose, a morte celular programada, nas células cancerosas", explica a biofísica Cerli Rocha Gattass, chefe do Laboratório de Imunoparasitologia da UFRJ, que coordenou os testes. A substância apresenta ainda uma baixa letalidade de células normais, apenas 12% a 14%, e requer uma menor dose para surtir o mesmo efeito de outros quimioterápicos, como a cisplatina. A maneira pela qual o ácido consegue evitar a MDR ainda não está esclarecida. A resistência funciona a partir de proteínas que atuam como bombas, expulsando os medicamentos para fora da célula e reduzindo sua efetividade. "O ácido pomólico surpreendeu porque conseguiu afetar células de um tipo de leucemia que expressa MDR -- uma das linhagens mais resistentes", revela a biomédica Vivian Rumjanek, chefe do Laboratório de Imunologia Tumoral e que também coordenou os testes. O próximo passo é testar o composto em camundongos. O grupo da UFRJ espera que a substância desperte o interesse de alguma indústria farmacêutica para que, um dia, possa ser transformada em remédio. Os testes preliminares não demonstraram toxicidade. 'Acreditamos que a substância tem um altíssimo potencial, tanto que investimos na patente', afirmou Cerli. 'Se tudo isso for confirmado, será de grande interesse para a indústria farmacêutica.' A substância foi isolada por Raquel Oliveira Castilho, no Laboratório de Produtos Naturais da UFRJ. Sua atividade foi analisada por Cerli, Vivian Rumjanek e Janaína Fernandes.

Origem:
O arbusto conhecido como abajeru é encontrado principalmente na África ocidental e nas áreas tropicais das Américas. Trata-se de planta que cresce essencialmente em regiões de restinga e é comum no Sudeste do Brasil. O abajeru é usado pela medicina popular no tratamento da diabetes, o que chamou a atenção dos pesquisadores para estudar seus compostos químicos. Coordenadora do grupo que analisa a atividade anticancerígena de uma substância isolada no abajeru, Cerli Gattass alerta, no entanto, que os cientistas estão testando um composto químico, extraído da planta em laboratório.

Cuidados:
Há um risco de tomar o chá dessa planta. Em primeiro lugar porque ela não produz apenas essa substância mas também outras que são tóxicas. Em segundo, porque esse composto não está presente no chá', afirmou. 'Ou seja, quem tomar o chá não vai estar tomando a substância. Não adiantaria nada.' Para a pesquisadora, a descoberta é importante por revelar o grande potencial da biodiversidade do país na produção de novos fármacos. Segundo a cientista, a planta, comum na América e na África Ocidental, já tinha um uso popular no tratamento do diabetes. Raquel de Oliveira Castilho, então estudante de doutorado no NPPN (Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais da UFRJ), passou a estudar as propriedades dos extratos e das moléculas do abajeru. Com ajuda de Castilho, hoje na Universidade Católica Dom Bosco, em Campo Grande (MS), Gattass notou que a planta tinha um verdadeiro arsenal biológico: suas moléculas tiveram efeito positivo contra diabetes e também contra bactérias, contra os parasitas causadores da leishmaniose e da doença de Chagas e, finalmente, contra o câncer.

A molécula que apresentou a ação anticancerígena, ácido pomólico, era desconhecida, conta Gattass. "Só havia seis trabalhos na literatura [científica], que apenas diziam que ele estava presente na planta", afirma.

Com a ajuda da biomédica Vivian Rumjanek, também da UFRJ, a pesquisadora decidiu submeter o ácido a uma prova de fogo: o contato com linhagens de células de câncer resistentes a praticamente todo tipo de quimioterapia. No caso, os vilões celulares causam a chamada leucemia mielóide, um câncer das células sanguíneas. "Elas são selecionadas em laboratório para ficarem cada vez mais resistentes aos medicamentos, como ocorre no organismo de um paciente de verdade", explica Rumjanek.Por razões ainda pouco conhecidas pelos cientistas, esse tipo de célula tem, na sua membrana, proteínas que funcionam como uma bomba, ejetando continuamente qualquer substância nociva para fora da célula. "Acontece que o ácido pomólico matava a linhagem toda e ia muito bem, obrigado", brinca Gattass. O mesmo aconteceu quando a substância foi posta à prova contra cânceres de pulmão, mama, laringe, intestino e cérebro. Entre 70% e 90% das células cancerosas eram eliminadas. Como o ácido pomólico faz isso ainda não está claro. Estudos da estudante de doutorado Janaina Fernandes, orientada por Gattass, sugerem que a molécula gera uma pane nas mitocôndrias (usinas de energia das células). Segundo a biofísica, os efeitos do ácido em células normais são pequenos.

4 comentários:

  1. "Indicações: blenorragia, crônica, diabete tipo 2, diarréia, leucorréia, reumatismo."

    "Cerli Gattass alerta, no entanto, que os cientistas estão testando um composto químico, extraído da planta em laboratório.
    Cuidados: Há um risco de tomar o chá dessa planta. Em primeiro lugar porque ela não produz apenas essa substância mas também outras que são tóxicas. Em segundo, porque esse composto não está presente no chá', afirmou. 'Ou seja, quem tomar o chá não vai estar tomando a substância. Não adiantaria nada.'"

    E aí, como é que fica???????? Isso é pra levar a sério???????????

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  2. será verdade ou e pura sacanagem das indústrias farmacêutica que manipulam estas drogas, todo mundo que está bem informado sabe que esse lucro fabuloso que supera aos 2 mil porcento de lucro ou mais.Pois pelo que estamos observando a muito tempo a maioria dos médicos são vendedores de remédios levando grande comissão pela indicação. São pouquissímos profissionais sérios e não comerciantes mercenários.

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  3. Tenho diabetes tipo 2 a princípio estava usando o chá das folhas do abajeru mas não fazia o efeito esperado, passei a usar o extrato do abajeru e os teste de glicemia estão normais entre 90 e 140 o que me fez suspender o uso dos medicamentos de farmácia ja que havia uma oscilação nos testes de glicemia entre 300 e derrepente caia para 50 o que não acontece com o uso do abajeru.

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