ORÁCULOS E TERAPIAS

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

ALFARROBA

Nome científico:
Prosopis juliflora (Sw.) DC.

Família:
Mimosaceae.

Sinônimos botânicos:
Acacia cumanensis Humb. & Bonpl. ex Willd., Acacia juliflora (Sw.) Willd., Acacia salinarum (Vahl) DC., Algarobia juliflora (Sw.) Heynh., Desmanthus salinarum (Vahl) Steud., Mimosa juliflora Sw., Mimosa piliflora Sw., Mimosa rotundata Sessé & Moc., Mimosa salinarum Vahl, Neltuma bakeri Britton & Rose, Neltuma juliflora (Sw.) Raf., Neltuma occidentalis Britton & Rose, Neltuma pallescens Britton & Rose, Prosopis bracteolata DC., Prosopis chilensis (Molina) Stuntz, Prosopis cumanensis (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Kunth, Prosopis domingensis DC., Prosopis dulcis var. domingensis (DC.) Benth., Prosopis vidaliana A. Naves ex F. Villar.

Outros nomes populares:
alfarrobeira, algaroba, algarrobo, goma-de-mesquite; mesquite (ing).

Constituintes químicos:
Segundo estudos realizados verificou-se que 100g de vagens, proporcionavam 333 calorias, 13g de água, 16g de proteínas,3,2g de gorduras, 65,8g de hidratos de carbono, 108g de fibra bruta, 3,3g de cinzas, 450mg de cálcio, 627mg de fósforo e 6,6mg de ferro, alem de 0,33mg de vitaminas B1 e 2,6mg de vitamina B6.

Propriedades medicinais:
adstringente, afrodisíaca, laxante.

Indicações:

Parte utilizada:
Vagens, folhas, resina.

Contra-indicações/cuidados:

Efeitos colaterais:

Modo de usar:

Algumas espécies do gênero:
Prosopis

Curiosidades:
A ALGAROBEIRA é uma essência rústica, xerófila, cresce rapidamente da beira-mar até os 700 m de altitude, Resiste a solos pobres, pedregosos e secos, tem grande poder de recuperação e expansão, ocupa com rapidez qualquer área, adapta-se muita bem a região semi-árida, produz sombra e pela delicadeza de suas folhagens também é ornamental. O seu valor é extraordinário. Com 6% a 7 % de tanino, é usada nos curtumes, laboratórios farmacêuticos, como mordentes, exsuda uma resina amarela sucedânea da goma-arábica
AS VAGENS
O uso das vagens da algaroba na alimentação humana data desde do descobrimento quando os espanhóis chegaram a América do sul, e encontraram os índios utilizando os frutos da algarobeira na alimentação, principalmente nas regiões semi-desérticas que se estendem do sul do equador ao centro do Chile e da Argentina (FIGUEIREDO, 2003).
A parede dos frutos da algarobeira contém sacarose e outras substanciam que se transformadas em farinha pode ser utilizada na fabricação de bolos, Paes, biscoitos, geléias, mel, pudins, sopas etc, com alto teor nutritivo. A madeira é um material de construção utilizada pelo homem desde épocas pré-históricas. Até o século passado. a pedra e a madeira, combinando-se freqüentemente esses dois materiais, eram utilizados para a construção das mais importantes e majestosas obras de engenharia. Mesmo assim, somente a partir da primeira metade do século XX, foram estabelecidas teorias científicas aplicadas as estruturas de madeira. A grande quantidade de madeira consumida na região Nordeste é oriunda da Amazônia e, portanto, de custo elevado, devido ao transporte, o que, em alguns casos, inviabiliza o seu uso frente a outros materiais como aço e concreto. A escassez cada vez mais acentuada de madeira, determinada pelas criminosas devastações e uso irracional do solo, também a coloca em desvantagem na concorrência com outros materiais de construção. A algarobeira, uma essência arbórea com alto percentual de cerne ou durâmen em seu tronco e a grande resistência e rigidez, não foi introduzida no Brasil com a finalidade de servir de planta fornecedora de madeira para construções. Porém, essa essência xerófila, altamente resistente a seca, mostrou uma excelente capacidade de adaptação edafoclimáticas e , dependendo das condições de como poderá vir a ser manejada, terá condições de suprir parte das necessidades madeireiras da região, barateando o consumo, uma vez que a proximidade da região do plantio com a de uso final diminuirá consideravelmente a parcela de transporte no custo final da madeira. Embora possua um caule retorcido e não seja bastante linheira, o que poderá impossibilitar o seu uso em grandes estruturas, é possível a obtenção de uma melhor linearidade no desenvolvimento do seu tronco a partir de um conjunto de métodos de manejo como o tutoramento, espaçamento, desbaste, poda, raleio, etc. Até agora essa espécie tem sido plantada no nordeste brasileiro da forma mais irracional possível e é evidente que ela não terá condições de, dessa forma, responder a parte das necessidades madeireiras das populações, nem exteriorizar as suas potencialidades genéticas (GOMES, 1999). Portanto de acordo com Gomes (1999), em seu trabalho sobre características tecnológicas da algarobeira, a algarobeira possue uma madeira de excelente qualidade, principalmente no que diz respeito as suas características tecnológicas, se equiparando às tradicionais e conceituadas madeiras de uso corriqueiro na construção civil.
Na industria pode ser aproveitada na produção de álcool, bebidas (aguardente, licor, vinho, café, mel, vinagre.). A exemplo de alguns países andinos onde fabricam-se bebidas tais como: aloja, chicha, etole, algarobina (fortificante) estomacal e afrodisíaca (CAMPELO, 1987). Da semente de algaroba também é extraída uma importante e valiosa matéria prima agroindustrial (goma LBG e Guar) um hidrocolóide usados amplamente na formulação de sorvetes, queijos, molhos, iogurtes, etc.
No reflorestamento a algarobeira é uma excelente essência florestal para o semi-árido do nordeste. Importante para evitar a erosão e a desertificação, se cultivada de forma planejada e orientada, resiste a seca, é de fácil fixação, cresce rápido, produz madeira de qualidade, lenha, carvão vegetal, mourões, ripas, caibros, dormentes, etc. no entanto o mais importante é a função de fertilizar o solo através do nitrogênio do ar fixados pelas bactérias do gênero Rhizobium (BARROS, 1982).
As cidades do semi-árido são geralmente muito quentes e devem ser arborizadas com algarobeira pois conserva as folhas durante todo o ano tornando-as mais frias e agradáveis. Na apicultura as flores da algarobeira são muito melíferas. A produção de mel pode chegar até 400kg / hectare ano (CAMPELO, 1987).
A algaroba não é uma planta nativa do Brasil. No entanto, devido a sua excelente adaptação às regiões áridas e semi-áridas, é encontrada em todos os estados do nordeste brasileiro.
Face às dificuldades encontradas, nos períodos de estiagem dessas regiões, podemos afirmar que seria impossível, para o homem do campo, sobreviver sem a algaroba. Suas vargens são palatáveis, aromáticas lembrando baunilha, e doces em função do elevado teor de sacarose, que pode chegar a 30%.
Esse altíssimo teor de açúcares fermentescíveis, associado aos altos níveis de nitrogênio favorece os processos de biotransformação no caldo doce extraído de suas vagens, viabilizando os processos tecnológicos de produção de bebidas fermento destiladas.
AGUARDENTE DE ALGAROBA
A primeira aguardente de algaroba bidestilada e envelhecida em barris de carvalho do mundo, produzida a partir da propagação natural de leveduras propagadas no caldo extraído das vagens da algarobeira, através de processos controlados de biotransformações. Diferencia das outras aguardentes, por apresentar características organolépticas especiais, tais como: aroma agradável de conhaque, uma coloração dourada e transparente e um sabor levemente suave, deixando um hálito perfumado na boca após sua ingestão.
Devido aos excelentes resultado apresentados pela bebida a nível de laboratório, o produto já foi patenteado e o projeto para produzir em escala industrial já está em andamento
Sua proteína é de qualidade e digestibilidade razoáveis equiparando-se às da cevada e do milho.
Dessa forma, torna-se necessário o aprofundamento dos estudos sobre a exploração, aproveitamento e transformação das suas potencialidades, as quais servirão de base para o desenvolvimento e implantação, nas regiões castigadas pela seca, de sistemas de produção visando a fixação do homem no seu habitat.
Dentro deste contexto e considerando as múltiplas aplicações e usos das suas vagens como alimento desde da pré-história por populações em regiões semi-áridas e áridas do planeta.
A ociosidade generalizada dos jovens, o envolvimento com drogas, a miséria no campo, falta de perspectivas dos produtores, a carência de alimentos e o estado de desertificação que ora avança sobre o semi-árido desprotegido, por si só, já justificaria um estudo minucioso e profundo para aproveitamento racional desse recurso natural disponível com seus frutos aromáticos e doces caindo naturalmente em abundância, no meio caatinga seca.
Espera-se o aprofundamento dos estudos, no sentido de aperfeiçoarmos o processo de aproveitamento das suas vagens na produção em escala industrial de aguardente e outros produtos alimentícios, que a partir do resíduo obtido após a extração do caldo utilizado no processo de obtenção da aguardente, que venha a justificar o seu cultivo de forma planejada, agregando valor econômico a cultura, gerando emprego e renda e criando oportunidades de novos empreendimentos para estas regiões.

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